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Foto do escritorManoela. Gonçalves Ramos

Cachoeira, terra de mulher braba!

22/05/2022


Voltei pra Cachoeira- BA depois de quase três anos sem pisar na terra do axé.

Essa é a quarta vez que venho e a primeira sem festejo. Vim duas vezes na FLICA- festa literária e uma vez na Boa Morte, uma manifestação cultural tradicional da cidade.

Vim a convite da Casa Preta Hub Cachoeira pra fazer uma oficina presencial para empreendedores que ocupam a casa. O convite veio mesmo através de Alice, uma mana que nos conectamos através das rodas de autonomia financeira que fiz durante a pandemia. Fiquei super feliz com o convite e com a possibilidade de viajar sem gastar e ainda receber. O convite era pra vir no sábado e retornar domingo, mas veja bem se me deslocaria apenas pra trabalho. Cheguei quinta, que sexta coloquei na cabeça que conheceria a cachoeira de Murutuba. Falei com Milena, uma amiga que fiz dos tempos que vivia viajando sem data de retorno, a gente se conheceu pelo Couchsurfing e ela me hospedou na casa dela as duas vezes que vim pra FLICA. Falei com Milena e com Alice, fizemos um cuscuz cheio de recheio, pegamos o buzão e fomos!


Milena, Alice e eu em Murutuba



Amo a sensação da primeira vez em algum lugar, tudo fica tão mágico. A sensação de renovação que um banho de cachoeira traz é incrível né. Gostei tanto que me prometi que no dia seguinte retornaria, mesmo que sozinha, já que as meninas precisariam esquematizar a feira Olojá na Casa Preta.

A noite encontramos Maria, uma multiartista que mora com Alice, e Carol, uma paulistana que está morando há dois meses em Cachoeira e estava um pouco inquieta com a ausência dos "rolês" múltiplos que SP oferece.

Comentei da cachoeira, as duas se animaram, bom que não precisei retornar sozinha e porque pude me conectar melhor com as meninas que são incríveis. Me diverti muito!

Logo que voltamos fomos para Olojá. Eu vendi os livros e foi bem legal a troca com o público. Tinha tempo que não vendia em evento.




Casa Preta HUB- Cachoeira



Final do dia teve a Queima do Judas - uma tradição de pré São João- aí fomos na rua da feira pra curtir a noite da juventude Cachoeirana. Eu amei, porque das outras vezes não estava bebendo sendo uma viajante sem grana, mega concentrada no meu projeto de viagens e autoconhecimento. Agora com mais autonomia, me sinto à vontade de beber vez ou outra. Bebemos até três da manhã, eu não aguentei mais e fui pra casa, Bia me acompanhou pra eu não me perder no caminho… Bia no auge dos seus 17, é mestre de percussão do Yakurinxirê um Grupo só de mulheres da cidade. As mulheres de Cachoeira são brabas! As que nascem e as que chegam.

Dia seguinte, domingo. Finalmente o dia da oficina. Nossa, vocês nem imaginam!

Acordei com aquela ressaca de quem bebe vez ou outra. A oficina marcada para dez de um domingo pós queima do judas e forró na rua da feira... a galera disse que se atrasaria mas chegou.




Oficina de Storytelling na Casa Preta Hub Cachoeira



Foi muito legal, a troca foi incrível. Fiquei orgulhosa da minha didática que conseguiu passar a mensagem para as pessoas que estavam lá. Por fazer uma linguagem acessível desses estudos elitizados. Fiquei com a sensação de dever cumprido. A oficina que era pra ter duração de uma hora e meia, ficou acontecendo por três horas devido à interação dos participantes!

Quando acabou fomos comer uma maniçoba pra despedir. As meninas me levaram na rodoviária, e nos despedimos com a sensação de um até breve.

Viajar é sobre essas conexões sinceras que acontecem com as pessoas!



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